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domingo, 24 de maio de 2009

TEMPO (RÍGEL CASTRO)

Sou escravo durante o dia, mas ao anoitecer sinto-me livre para viver meu ócio corriqueiro, afasto-me um pouco desse mundo caótico para entregar-me à boemia de um quarto escuro.
Mesmo cansado, sempre recuso a cama, não acho justo que um dia ruim seja recompensado por horas de sono... Não posso virar uma máquina Programada para fazer tudo igualzinho todos os dias. Acordar, comer, trabalhar, comer, trabalhar comer, dormi acordar, comer, trabalhar...
Sou guerreiro do tempo, multiplico os minutos, e não me entrego ao cansaço das horas, evito os caminhos iguais, crio passos e discursos diferentes, não me entrego aos desejos ínfimos dos desertos humanos... Sou tácito por natureza com um leve toque de uma estrela incandescente.

Maria Rita - Casa Pré-Fabricada





abre os teus armários
eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sobre os teus braços castos.
cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo

canta que é no canto que eu vou chegar.
canta o teu encanto que é pra me encantar
canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
tristeza nunca mais
vale o meu pranto
que esse canto em solidão.
nessa espera o mundo gira em linhas tortas
abre essa janela
primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota


canto que é de canto que eu vou chegar
canto e toco um canto que é pra te encantar.
canto para mim qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
tristeza nunca mais...

sábado, 23 de maio de 2009

(Bertold Bretch)

"Considerando nossa fraqueza, os senhores forjaram suas leis para nos escravizar. As leis não são mais respeitadas considerando que não queremos mais ser escravos. Considerando que os senhores nos ameaçam com fuzis e canhões, nós decidimos: de agora em diante tememos mais a miséria que a morte". (Bertold Bretch)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

Por que o PSOL luta contra a corrupção?

Quando nós puxamos a palavra-de-ordem contra a crise, para que o povo trabalhador não pague a crise que ele vive, mas que ele não fez, quando a gente traz as três palavras-de-ordem 'corrupção, violência e injustiça social' é porque essas três palavras-de-ordem compõem o tridente satânico do capitalismo, do neoliberalismo. Não é uma coisa qualquer o significado disso.

Não é uma coisa qualquer lutar contra a corrupção. Às vezes tem alguns, até que se reivindicam de esquerda, que ficam contrariados quando a gente fica falando contra a corrupção. Mas sabe por que a gente fala contra a corrupção? Porque dizem todos aqueles que nós passamos a vida lendo e alardeando que líamos, inclusive o camarada Trotsky: 'a moral humana mais elevada é a moral socialista'.

É obrigação dos socialistas lutarem contra a corrupção. É obrigação dos socialistas mostrarem ao povo os segredos profissionais dos homens do capital, dos homens do poder.

A crise já estava instalada quando mais de 70% das meninas e meninos de 0 a 6 anos de idade no Brasil não tem uma creche, não tem uma pré-escola. A crise já estava instalada quando essa empresa capitalista chamada narcotráfico arrasta como mão-de-obra escrava e barata, para seu exército de reserva, as crianças e os jovens da pobreza.

A crise só passou a ter repercussão pública quando ela tocou no coração da elite. Tocou o coração da elite porque o senhor Fernando Henrique Cardoso, o senhor Luis Inácio Lula da Silva - porque crise tem nome! Quem fez a instabilidade política no Brasil não foram os 'brancos de olhinhos azuis'. Foi a majestade barbuda, imitando o tucanato com a política da alta de juros. Nunca os 'branquinhos de olhos azuis' ganharam tanto dinheiro como ganharam no governo Lula.

Sua excelência majestade deliquente barbuda queria ser mais neoliberal que sua excelência majestade deliquente FHC.

Por isso o PSOL está nas ruas, articulando com os movimentos sociais. O PSOL tem que estar discutindo a estruturação de uma alternativa não apenas para 2010. Mas para 2010 também!

Fala de Heloísa Helena no ato contra a crise e a corrupção em 2 de abril de 2009, no Rio de Janeiro.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"o dia já nasceu, acorda seu moço!"



Ele dorme atrás da porta do meu quarto, ao lado do meu guarda-roupas.
Durante a noite, é ele no canto dele e eu no meu, ninguém faz barulho pro outro acordar.
Porém quando o dia raia, lá pelas 6 da manha, ele começa a cantar bem baixinho como todo bom despertador deve ser e, quando percebe que estou prestes a acordar ele solta o verbo tão alto que todos notam...

Já se passaram 2 semanas, e ele virou o meu companheiro de quarto!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Carlos Marighella


Carlos Marighella (Salvador, 5 de Dezembro de 1911 — São Paulo, 4 de Novembro de 1969) foi um político e guerrilheiro brasileiro, um dos principais organizadores da luta armada para a implantação do Comunismo no Brasil e contra o regime militar a partir de 1964.
Um dos sete filhos do operário Augusto Marighella, imigrante italiano de Emília, terra de destacados líderes italianos, e da baiana Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos africanos trazidos do Sudão (negros haussás), nasceu na capital baiana, residindo na Rua do Desterro 9, Baixa do Sapateiro, onde concluiu o seu curso primário e o secundário e, em 1934 abandonou o curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Bahia para ingressar no Partido Comunista do Brasil (PCB). Torna-se então, militante profissional do partido e se muda para o Rio de Janeiro, trabalhando na reorganização do PCB.
Em 1º de maio de 1936, foi preso e torturado por subversão, detido até julho do ano seguinte. Ao sair da cadeia entra para a clandestinidade, até ser recapturado, em 1939. Novamente é torturado e fica na prisão até 1945, quando é beneficiado com a anistia pelo processo de redemocratização do país.
Elege-se deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1946, mas perde o mandato em 1948, em virtude da nova proscrição do partido. Volta para a clandestinidade e ocupa diversos cargos na direção partidária. Convidado pelo Comitê Cetral, passou os anos de 1953 e 1954 na China, a fim de conhecer de perto a recente revolução chinesa. Em maio de 1964, após o golpe militar, é baleado e preso por agentes do Dops dentro de um cinema, no Rio. Libertado em 1965 por decisão judicial, no ano seguinte opta pela luta armada contra a ditadura, escrevendo A crise brasileira. Em dezembro de 1966, renuncia à Comissão Executiva Nacional do PCB. Em agosto de 1967, participa da I Conferência da OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade, realizada em Havana, Cuba, a despeito da orientação contrária do PCB. Aproveitando a estada em Havana, redige Algumas questões sobre a guerrilha no Brail, dedicado à memória do Comandante Che Guevara e tornado público pelo Jornal do Brasil em 05 de setembro de 1968. É expulso do partido em 1967 e em fevereiro de 1968 funda o grupo armado Ação Libertadora Nacional. Em setembro de 1969, apóia o seqüestro, no Rio de Janeiro, do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em uma ação conjunta da ALN e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). [1]
Com o recrudescimento do regime militar, os órgãos de repressão concentram esforços em sua captura. Na noite de 4 de novembro de 1969 Marighella foi surpreendido por uma emboscada na Alameda Casa Branca, na capital paulista. Ele foi morto a tiros por agentes do DOPS, em uma ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. A ALN continuou em atividade até o ano de 1974. O sucessor de Marighella no comando da ALN foi Joaquim Camara Ferreira, que também foi morto por Fleury no ano seguinte. Os militantes mais atuantes em São Paulo eram Yuri Xavier Ferreira e Ana Maria Nacinovic, que continuaram fazendo panfletagem contra a ditadura até meados de 1972, quando também foram mortos numa emboscada no bairro da Mooca. Dezoito de seus militantes foram mortos e cinco foram considerados desaparecidos. O último lider da ALN foi Carlos Eugenio Sarmento da Paz, que sobreviveu auto-exilando-se na França, e

# voltando ao Brasil após a anistia.

Em 1996, o Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado pela morte de Marighella; em 7 de março de 2008 foi decidido que sua companheira Clara Charf deveria receber pensão vitalícia do governo brasileiro .


# Morte

Foi preparado uma emboscada contra Marighella, foi detido Tito e seus amigos de convento (exceto Frei Oswaldo) e Frei Fernando foi obrigado sob tortura a combinar um encontro com Marighella. Eles tinham um código que auxiliou na emboscada: "Aqui é o Ernesto, vou à gráfica hoje". O encontro foi marcado na Alameda Casa Branca, uma rua próxima ao centro da cidade de São Paulo.
No dia do encontro, havia um caminhão (cheio de civis armados) e um automóvel com supostos namorados (onde Fleury se escondeu), além do fusca com Fernando e Ivo.
Ao chegar na Alameda, às 20h00, se aproximou do carro com os freis e foi alvejado por vários tiros. Depois de morto, os freis foram retirados do fusca e seu corpo foi colocado no automóvel, em uma posição estranha, extremamente desconfortável se estivesse vivo.
Além de Marighella, outras três pessoas foram atingidas durante o tiroteio:
• Estela Borges Morato, investigadora do DOPS que simulou namorar Fleury, que foi morta pela polícia.
• Friederich Adolf Rohmann, protético, que foi morto pela polícia.
• Rubens Tucunduva, delegado envolvido na emboscada, que ficou ferido.


#Escritos


->Poesia

Marighella mostrou desde cedo pendor para a poesia. No curso de engenharia, divertia professores e colegas fazendo provas em verso. Também foi com versos que atacou o interventor baiano Juracy Magalhães, o que lhe valeu sua primeira prisão e tortura em 1932.
Sua obra poética está reunida no livro Rondó da Liberdade. Seus poemas, de caráter nitidamente político, apresentam por vezes um notável lirismo.

Algumas questões sobre a guerrilha no Brasil

A crise brasileira

Trabalho teórico no qual analisa a conjuntura nacional a partir da estrutura de classes do Brasil e critica o PCB por resguardar-se de qualquer atividade consequente, acomodado na ilusão de um processo eleitoral limpo, e, ao mesmo tempo, refratário ao divórcio da burguesia.

Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano
O Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano foi escrito em 1969, para servir de orientação aos movimentos armados, pregando o sequestro, o terrorismo e as execuções como métodos de revolução. Circulou em versões mimeografadas e fotocopiadas, algumas diferentes entre si, sem que se possa apontar qual é a original. Nos anos 80, a CIA – Central Inteligence Agency, dos Estados Unidos, fez traduções em inglês e espanhol para distribuir entre os serviços de inteligência do mundo inteiro e para servir como material didático na Escola das Américas, por ela mantida, no Panamá.
Outros escritos políticos
Alguns escritos políticos de Marighella, embora redigidos por ele em português, ganharam primeiro uma edição em outra língua, devido à censura imposta a obras do gênero pelo regime militar brasileiro. É o caso de Pela Libertação do Brasil, que, em 1970, ganhou uma versão na França financiada por intelectuais marxistas.
Estão disponíveis em português: Alguns Aspectos da Renda da Terra no Brasil (1958), Algumas Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil (1967) e Chamamento ao Povo Brasileiro (1968).

Vejá mais----->

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Marighella


http://www.carlos.marighella.nom.br/

sábado, 2 de maio de 2009

José Conrado, Minha força!




Um velho cruza a soleira
De botas longas de barbas longas de ouro o brilho do seu colar
Na laje fria onde quarava sua camisa e seu alforge de caçador
Oh meu velho e invisivél Avôhai
Oh meu velho e indivisível Avôhai
Neblina turva e brilhante em meu cérebro coágulos de sol
Amanita matutina que transparente cortina ao meu redor
Se eu disser que é meio sabido você diz que é bem pior
E pior do que planeta quando perde o girassol
É o têrço de brilhantes nos dedos de minha avó
E nunca mais eu tive medo da porteira
Nem também da companheira que nunca dormia só/Avôhai
O brejo cruza a poeira
De fato existe um tom mais leve na palidez desse pessoal
Pares de olhos tão profundos que amargam as pessoas que fitar
Mas que bebem sua vida sua alma na altura que mandar
São os olhos são as asas/cabelos de Avôhai
Na pedra de turmalina e no terreiro da usina eu me criei
Voava de madrugada e na cratera condenada eu me calei
Se eu calei foi de tristeza você cala por calar
E calado vai ficando só fala quando eu mandar
Rebuscando a conciência com medo de viajar
Até o meio da cabeça do cometa
Girando na carrapeta no jogo de improvisar
Entre cortando eu sigo dentro a linha reta
Eu tenho a palavra certa pra doutor não reclamar
Avôhai/Avôhai/Avôhai


sexta-feira, 1 de maio de 2009

refúgio (Rígel Castro)


Que saudade de olhar o barro vermelho da minha pequena iraquara
Que saudade de sentar na calçada e ouvir um sábio senhor contar o passado, e me fazer viajar no presente,
de ouvir mais do que falar... De escutar e acreditar.

Eu sei, a verdade se esconde lá!
A certeza caminha por lá!
A esperança nasceu lá!

Todos precisam de pequenos refúgios...

Sinto saudade dos dias demorados, do sono tranqüilo, do sorriso verdadeiro.
Busco inspiração... Mas onde se escondem as idéias?
Me desespero à procura de motivação... Mas onde se esconde a força?
Talvez o sussurro da noite possa responder.

Que saudade de ser criança... Que saudade de ser feliz!