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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Carlos Marighella


Carlos Marighella (Salvador, 5 de Dezembro de 1911 — São Paulo, 4 de Novembro de 1969) foi um político e guerrilheiro brasileiro, um dos principais organizadores da luta armada para a implantação do Comunismo no Brasil e contra o regime militar a partir de 1964.
Um dos sete filhos do operário Augusto Marighella, imigrante italiano de Emília, terra de destacados líderes italianos, e da baiana Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos africanos trazidos do Sudão (negros haussás), nasceu na capital baiana, residindo na Rua do Desterro 9, Baixa do Sapateiro, onde concluiu o seu curso primário e o secundário e, em 1934 abandonou o curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Bahia para ingressar no Partido Comunista do Brasil (PCB). Torna-se então, militante profissional do partido e se muda para o Rio de Janeiro, trabalhando na reorganização do PCB.
Em 1º de maio de 1936, foi preso e torturado por subversão, detido até julho do ano seguinte. Ao sair da cadeia entra para a clandestinidade, até ser recapturado, em 1939. Novamente é torturado e fica na prisão até 1945, quando é beneficiado com a anistia pelo processo de redemocratização do país.
Elege-se deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1946, mas perde o mandato em 1948, em virtude da nova proscrição do partido. Volta para a clandestinidade e ocupa diversos cargos na direção partidária. Convidado pelo Comitê Cetral, passou os anos de 1953 e 1954 na China, a fim de conhecer de perto a recente revolução chinesa. Em maio de 1964, após o golpe militar, é baleado e preso por agentes do Dops dentro de um cinema, no Rio. Libertado em 1965 por decisão judicial, no ano seguinte opta pela luta armada contra a ditadura, escrevendo A crise brasileira. Em dezembro de 1966, renuncia à Comissão Executiva Nacional do PCB. Em agosto de 1967, participa da I Conferência da OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade, realizada em Havana, Cuba, a despeito da orientação contrária do PCB. Aproveitando a estada em Havana, redige Algumas questões sobre a guerrilha no Brail, dedicado à memória do Comandante Che Guevara e tornado público pelo Jornal do Brasil em 05 de setembro de 1968. É expulso do partido em 1967 e em fevereiro de 1968 funda o grupo armado Ação Libertadora Nacional. Em setembro de 1969, apóia o seqüestro, no Rio de Janeiro, do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em uma ação conjunta da ALN e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). [1]
Com o recrudescimento do regime militar, os órgãos de repressão concentram esforços em sua captura. Na noite de 4 de novembro de 1969 Marighella foi surpreendido por uma emboscada na Alameda Casa Branca, na capital paulista. Ele foi morto a tiros por agentes do DOPS, em uma ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. A ALN continuou em atividade até o ano de 1974. O sucessor de Marighella no comando da ALN foi Joaquim Camara Ferreira, que também foi morto por Fleury no ano seguinte. Os militantes mais atuantes em São Paulo eram Yuri Xavier Ferreira e Ana Maria Nacinovic, que continuaram fazendo panfletagem contra a ditadura até meados de 1972, quando também foram mortos numa emboscada no bairro da Mooca. Dezoito de seus militantes foram mortos e cinco foram considerados desaparecidos. O último lider da ALN foi Carlos Eugenio Sarmento da Paz, que sobreviveu auto-exilando-se na França, e

# voltando ao Brasil após a anistia.

Em 1996, o Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado pela morte de Marighella; em 7 de março de 2008 foi decidido que sua companheira Clara Charf deveria receber pensão vitalícia do governo brasileiro .


# Morte

Foi preparado uma emboscada contra Marighella, foi detido Tito e seus amigos de convento (exceto Frei Oswaldo) e Frei Fernando foi obrigado sob tortura a combinar um encontro com Marighella. Eles tinham um código que auxiliou na emboscada: "Aqui é o Ernesto, vou à gráfica hoje". O encontro foi marcado na Alameda Casa Branca, uma rua próxima ao centro da cidade de São Paulo.
No dia do encontro, havia um caminhão (cheio de civis armados) e um automóvel com supostos namorados (onde Fleury se escondeu), além do fusca com Fernando e Ivo.
Ao chegar na Alameda, às 20h00, se aproximou do carro com os freis e foi alvejado por vários tiros. Depois de morto, os freis foram retirados do fusca e seu corpo foi colocado no automóvel, em uma posição estranha, extremamente desconfortável se estivesse vivo.
Além de Marighella, outras três pessoas foram atingidas durante o tiroteio:
• Estela Borges Morato, investigadora do DOPS que simulou namorar Fleury, que foi morta pela polícia.
• Friederich Adolf Rohmann, protético, que foi morto pela polícia.
• Rubens Tucunduva, delegado envolvido na emboscada, que ficou ferido.


#Escritos


->Poesia

Marighella mostrou desde cedo pendor para a poesia. No curso de engenharia, divertia professores e colegas fazendo provas em verso. Também foi com versos que atacou o interventor baiano Juracy Magalhães, o que lhe valeu sua primeira prisão e tortura em 1932.
Sua obra poética está reunida no livro Rondó da Liberdade. Seus poemas, de caráter nitidamente político, apresentam por vezes um notável lirismo.

Algumas questões sobre a guerrilha no Brasil

A crise brasileira

Trabalho teórico no qual analisa a conjuntura nacional a partir da estrutura de classes do Brasil e critica o PCB por resguardar-se de qualquer atividade consequente, acomodado na ilusão de um processo eleitoral limpo, e, ao mesmo tempo, refratário ao divórcio da burguesia.

Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano
O Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano foi escrito em 1969, para servir de orientação aos movimentos armados, pregando o sequestro, o terrorismo e as execuções como métodos de revolução. Circulou em versões mimeografadas e fotocopiadas, algumas diferentes entre si, sem que se possa apontar qual é a original. Nos anos 80, a CIA – Central Inteligence Agency, dos Estados Unidos, fez traduções em inglês e espanhol para distribuir entre os serviços de inteligência do mundo inteiro e para servir como material didático na Escola das Américas, por ela mantida, no Panamá.
Outros escritos políticos
Alguns escritos políticos de Marighella, embora redigidos por ele em português, ganharam primeiro uma edição em outra língua, devido à censura imposta a obras do gênero pelo regime militar brasileiro. É o caso de Pela Libertação do Brasil, que, em 1970, ganhou uma versão na França financiada por intelectuais marxistas.
Estão disponíveis em português: Alguns Aspectos da Renda da Terra no Brasil (1958), Algumas Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil (1967) e Chamamento ao Povo Brasileiro (1968).

Vejá mais----->

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Marighella


http://www.carlos.marighella.nom.br/

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